domingo, 22 de maio de 2011

Será sempre assim


Lá fora chovia e eu via tudo através da minha pequena janela, via lua estava no mesmo sitio, a chuva parecia não ter fim, estava cada vez mais receosa daquilo que me poderia acontecer, Tinha sinceras intenções de quando agarrei de punho cerrado nesta caneta e abri as páginas, vazias deste caderno. Mas queria dar outro sentido as palavras mas elas brincaram comigo, tentei grava-las mas elas diziam que não queriam sair. O tempo passa, o tempo nunca pára, quem me dera ter um comando que as vezes fizesse com que o tempo voasse, e por outras que fizesse pausa, para ficar sempre naquele momento, o nosso momento, o momento onde tudo parece perfeito, sorrio sem limitações, sem que me peçam, é natural, porque é um momento feliz, e se pudesse fazia daquele momento, daquele tempo o meu presente para a vida toda, não havia lugar para maus pensamentos, para recordações, para más energias, não havia tempo para pensar, porque pensar faz mal, quando permitimos que o nosso subconsciente divague alguma coisa não está bem. Mas a noite piorou e eu também, o coração ficou gelado e as minhas mãos também. O vento conseguiu abrir a janela e fazer as páginas voarem para fora do meu alcance, senti um enorme arrepio na espinha que me paralisou o pensamento, os movimentos, sentada olhava tudo de forma estranha, perplexa a  todos estes acontecimentos, não fui capaz de prenunciar uma palavra, Decidi deixar o silêncio falar, vou deixar que ele imponha o sim e o não, que ele faça o que quiser com a sua vontade, que traga com ele todos os sentimentos que me arruínem porque eu já estou por tudo. Já não me consigo encontrar, jamais o farei, as vozes ecoam na minha cabeça acabam com o resto de força que havia dentro de mim. Os sentimentos entraram pela mesma Janela que o vento, destruíram o meu quarto e a mim, parei de escrever e fiquei a seguir tudo com os olhos, não me atrevi a mexer, não me queria magoar, e surgiu nas paredes do meu quarto um texto estranho mas que me aqueceu o coração e me fez mover e esboçar um sorriso, em voz baixa e tremula atrevi-me a ler : Hoje, abri as mãos, as mãos que te guardavam como se fosses de cristal. Queria ver se lutavas contra a força da gravidade, e te mantinhas firme, por mim, e não te deixasses cair e te partisses em mil pedaços de memórias e histórias. Tu como se por fios invisíveis ligados as minhas mãos, mantinhas-te firme, sorrias. Sabes a verdade ? Tu é que me levas nas tuas mãos, o problema é que as vezes, as vezes te esqueces que me levas nas mãos, e as abres e me deixas escorrer pelo meio dos teus dedos, como se eu fosse água que entra e saí sem demora, e eu sem escolha, sinto-me a cair, e quando a esperança já não existe, tu vens e agarras-me a mão, puxas-me de novo para ti, e eu que vivo deste amor, sussurro-te ofegante ao ouvido: meu amor, não sei viver sem ti.

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