segunda-feira, 23 de maio de 2011

O meu trabalho (:

Há dias que estar em casa não faz o mínimo sentido, que nos sentimos vazios e sem vontade de sorrir, de ver televisão , ouvir musica. É nesse momento que optamos pela escrita, toda ela é fabulosa,  nela Articulo palavras, construo frases. Arranjo mil e uma maneiras de me expressar, de me fazer entender. Mas nada do que digo faz sentido. Nada tem lógica, nada tem nexo. Não consigo. Não percebo. Ninguém percebe. Talvez se não articular palavras, se não construir frases, pode ser que me compreendam. Talvez se utilizar palavras soltas faça mais sentido. Irei deixar coisas por dizer, irei perder palavras e não conseguirei dizer tudo. Mas não quero saber. Já não importa. Saiu-o de casa, e tento encontrar um rumo tentei seguir todos os passos, caminhei dias e dias atrás da sombra com medo de  perder o rasto. Mas, quando o sol se põe e não há qualquer luz que ilumine, todas as sombras que ofuscam no meio da escuridão. Descansam toda a noite e com o nascer do sol, voltam, voltam para mais um dia. E era assim, era como a pequena sombra, todas as noites desaparecia com a promessa de voltar, e eu sabia que, com o nascer do dia  voltaria, e cresceria com o decorrer das horas. Até que houve um dia, um miserável dia, em que o sol não nasceu. Pensei que se tratasse apenas de um erro da meteorologia, e que no dia seguinte já cá estaria. Mas não, não estava e continuou sem estar. Voltei a sair, e fui até ao café, irritada com todos estes factos procurava abrigo, acabei por ficar pelas ruas desta cidade, pintada pelos fumos negros, com o chão tão gasto, e com buracos. Ambiente negro, escuridão, já nem o céu azul se salvava no meio desta Industrialização toda, e foi quando eu absorvida nos meus pensamentos, asfixiada pelo ar tóxico, cega pelas nuvens de poeira instaladas, te vi, no fundo da sala daquele café, e tentavas mostrar ao mundo a tua beleza e simplicidade, a tua pureza e lealdade, combatias contra esta não natureza saudável. Cheguei-me a ti, baixei-me, com o peso do mundo nas costas, e sem querer tirar-te do mundo, delicadamente apliquei uma pequena força para que pudesse ter-te nas minhas mãos, e como uma criança, como tu me negas-te abrigo, fui para uma mesa, sem forças, sem perceber o porque, porque não houve qualquer justificação, continuei prisioneira neste mundo imenso, escuro e assustador que outrora era feito de tons vivos, e eu simplesmente não sei como sair daqui, não sei como viver, já não distingo esses sentimentos, não sei o que são, podem ser tudo, podem ser nada, extremos, amor, e ódio

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